Radioterapia: Como funciona e quais são seus efeitos representa um dos pilares no combate ao câncer, junto com a cirurgia, quimioterapia e imunoterapia. Esse tratamento utiliza radiações ionizantes, como raios X, elétrons ou prótons, para destruir células cancerígenas ou impedir sua multiplicação. Apesar de ser um termo bastante conhecido, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre seu funcionamento, os tipos existentes, os efeitos colaterais e como é a rotina de quem passa por esse processo.
Neste artigo, explicamos todos esses pontos de forma clara e objetiva para ajudar você a entender melhor o papel da radioterapia na luta contra o câncer.
O que é Radioterapia?
A radioterapia usa radiações de alta energia para atingir e danificar o DNA das células tumorais, impedindo que se multipliquem. Com o tempo, essas células morrem, e o próprio organismo as elimina. Embora também afete células saudáveis, estas geralmente se recuperam mais facilmente do que as cancerígenas.
Os profissionais podem indicar a radioterapia sozinha ou combinada com outros tratamentos, como a quimioterapia. Muitas vezes, ela entra em ação antes da cirurgia para reduzir o tumor, ou depois, para eliminar células residuais.
Tipos de Radioterapia
Radioterapia Externa (Teleterapia)
Esse tipo é o mais comum. O paciente se deita em uma maca, e um aparelho chamado acelerador linear direciona feixes de radiação para o tumor. A aplicação costuma durar menos de 15 minutos e não causa dor.
As principais técnicas incluem:
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IMRT (Radioterapia de Intensidade Modulada): molda os feixes ao formato do tumor.
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IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem): usa imagens em tempo real para aumentar a precisão.
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Radiocirurgia: aplica altas doses com grande precisão, especialmente em tumores cerebrais ou metástases.
Radioterapia Interna (Braquiterapia)
Nesse método, os profissionais inserem fontes radioativas dentro ou perto do tumor. Ele é bastante utilizado em casos de câncer ginecológico (como o de colo do útero), de próstata e de mama. A dose pode ser baixa ou alta, conforme a necessidade clínica.
Quando Indicar a Radioterapia?
A equipe médica pode indicar a radioterapia em diferentes situações:
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Curativa: quando há chance real de eliminar o tumor.
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Adjuvante: após a cirurgia, para evitar a volta do câncer.
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Neoadjuvante: antes da cirurgia, com objetivo de reduzir o tumor.
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Paliativa: em fases avançadas, para aliviar dor, sangramentos ou compressões.
Esse tratamento é útil para vários tipos de câncer, como os de cabeça e pescoço, pulmão, mama, próstata, cérebro, reto, entre outros.
Como Funciona o Tratamento?
Tudo começa com uma consulta médica. Em seguida, o paciente passa pela simulação, que define a posição ideal e o local exato de aplicação da radiação. Exames de imagem, como a tomografia, orientam o planejamento para que a radiação atinja o alvo com precisão, poupando tecidos saudáveis.
Físicos médicos e radioterapeutas elaboram o plano de tratamento. Depois disso, o paciente inicia as sessões, que ocorrem de segunda a sexta-feira, durante algumas semanas. A quantidade de aplicações depende do tipo e do estágio do câncer.
Durante esse período, a equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros, técnicos, nutricionistas e psicólogos, acompanha o paciente continuamente.
Efeitos Colaterais da Radioterapia
Apesar da eficácia, a radioterapia pode provocar efeitos colaterais, principalmente na região tratada. Os mais comuns incluem:
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Fadiga: um dos sintomas mais relatados.
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Alterações na pele: como vermelhidão, sensibilidade ou descamação.
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Náuseas e vômitos: mais frequentes quando a radiação atinge o abdômen.
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Queda de cabelo: apenas na área irradiada.
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Alterações intestinais ou urinárias: especialmente em tratamentos na pelve.
Cada pessoa reage de forma diferente, e esses efeitos geralmente desaparecem semanas após o fim das sessões. Medicamentos e cuidados específicos ajudam a controlá-los.
Vida Durante e Após a Radioterapia
Durante o tratamento, o paciente deve manter uma alimentação equilibrada, dormir bem e evitar esforços excessivos. É fundamental seguir as orientações médicas e relatar qualquer novo sintoma.
Mesmo após o fim das sessões, o acompanhamento médico continua por meses ou anos. Os exames periódicos servem para avaliar a resposta ao tratamento e detectar possíveis recidivas.
A maioria dos pacientes retoma a rotina normalmente, embora alguns efeitos possam durar um pouco mais. Em muitos casos, a radioterapia representa uma virada na luta contra o câncer.
A radioterapia atua como uma grande aliada no tratamento oncológico. Graças aos avanços tecnológicos, o procedimento se tornou mais preciso, seguro e eficaz, com menos efeitos colaterais e melhores resultados. Compreender as etapas do tratamento reduz a ansiedade e fortalece o paciente nesse momento delicado.
Se você ou alguém próximo enfrenta essa realidade, saiba que informação, apoio e cuidado fazem toda a diferença. E, acima de tudo, há esperança, a ciência caminha junto com quem luta.