Pressão Alta: Entenda a hipertensão arterial

A pressão alta, conhecida cientificamente como hipertensão arterial, é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo. Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas convivam com ela, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de ser bastante frequente, ainda é subestimada por muitos, justamente por não apresentar sintomas evidentes na maior parte do tempo. Por isso, é chamada de “inimiga silenciosa”.

Quando não é diagnosticada e tratada corretamente, a hipertensão pode causar sérias complicações, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, problemas renais e até perda de visão. Entender suas causas, fatores de risco, formas de prevenção e tratamento é fundamental para manter a saúde em dia.

O que é a pressão alta?

A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias enquanto circula pelo corpo. Ela é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e representada por dois números:

  • Pressão sistólica: o número mais alto, que representa a pressão quando o coração se contrai.

  • Pressão diastólica: o número mais baixo, que corresponde à pressão quando o coração relaxa entre os batimentos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), considera-se hipertensão quando os valores estão iguais ou acima de 140/90 mmHg em várias medições.

Principais fatores de risco

A pressão alta pode ter causas multifatoriais. Entre os fatores de risco mais conhecidos, destacam-se:

  1. Genética e hereditariedade – Pessoas com histórico familiar de hipertensão têm maior predisposição.

  2. Idade avançada – O envelhecimento natural do corpo aumenta a rigidez das artérias, favorecendo a elevação da pressão.

  3. Má alimentação – Dietas ricas em sal, gorduras saturadas e ultraprocessados contribuem diretamente para o aumento da pressão arterial.

  4. Sedentarismo – A falta de atividade física enfraquece o sistema cardiovascular.

  5. Obesidade – O excesso de peso sobrecarrega o coração e aumenta a resistência das artérias.

  6. Consumo de álcool e tabaco – Ambos têm impacto negativo na saúde cardiovascular.

  7. Estresse constante – Pode provocar picos de pressão e, a longo prazo, contribuir para a hipertensão.

Sintomas: por que é chamada de inimiga silenciosa?

Na maioria dos casos, a pressão alta não apresenta sintomas evidentes. Muitas pessoas convivem com a doença por anos sem saber, até descobrirem durante um exame de rotina. No entanto, em alguns momentos de elevação extrema da pressão, podem surgir sinais como:

  • Dor de cabeça intensa

  • Tontura

  • Visão embaçada

  • Falta de ar

  • Dor no peito

  • Zumbido no ouvido

Esses sintomas, contudo, não são exclusivos da hipertensão e podem ser confundidos com outras condições, o que reforça a importância do diagnóstico médico.

Consequências da pressão alta não controlada

Quando não tratada, a hipertensão pode afetar diversos órgãos vitais. Entre as complicações mais graves estão:

  • Infarto agudo do miocárdio: resultado da obstrução das artérias que irrigam o coração.

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): causado pelo rompimento ou entupimento de vasos no cérebro.

  • Insuficiência renal crônica: já que os rins são altamente sensíveis à pressão elevada.

  • Aneurisma: dilatação anormal de artérias, que pode levar a rupturas fatais.

  • Perda de visão: danos aos vasos sanguíneos da retina podem comprometer a visão.

Esses riscos tornam essencial o acompanhamento constante para manter a pressão dentro dos limites adequados.

Como prevenir e controlar a pressão alta

Embora a predisposição genética tenha influência, grande parte dos casos de hipertensão pode ser prevenida ou controlada com mudanças de estilo de vida e tratamento adequado. Algumas recomendações são:

1. Alimentação equilibrada

  • Reduzir o consumo de sal – o ideal é até 5g por dia, incluindo o sal já presente em alimentos industrializados.

  • Priorizar frutas, verduras, legumes e alimentos integrais.

  • Consumir menos frituras, carnes processadas e ultraprocessados.

  • Optar por temperos naturais, como ervas, alho e cebola.

2. Prática de atividade física

Exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida leve, ciclismo e natação, ajudam a fortalecer o coração e melhorar a circulação. O recomendado é pelo menos 150 minutos semanais.

3. Controle do peso

Manter o índice de massa corporal (IMC) adequado reduz significativamente o risco de hipertensão.

4. Redução do consumo de álcool e abandono do tabaco

Ambos são fatores agravantes e devem ser evitados para preservar a saúde cardiovascular.

5. Gerenciamento do estresse

Práticas como meditação, yoga, respiração profunda e momentos de lazer ajudam a controlar a pressão emocional que impacta diretamente o organismo.

6. Uso correto da medicação

Em casos diagnosticados, o médico pode prescrever medicamentos anti-hipertensivos. É fundamental seguir a orientação médica e não interromper o tratamento por conta própria.

Diagnóstico e acompanhamento

A única forma de confirmar a hipertensão é medindo a pressão regularmente. Consultas de rotina são essenciais, principalmente para pessoas com fatores de risco. Além disso, exames laboratoriais e de imagem podem ser solicitados para avaliar possíveis impactos da doença em outros órgãos.

Hoje, existem também aparelhos digitais que permitem medir a pressão em casa, facilitando o monitoramento diário. No entanto, a avaliação médica continua indispensável.

A pressão alta é uma condição séria, mas que pode ser controlada e até evitada com hábitos saudáveis e acompanhamento médico adequado. Quanto mais cedo for diagnosticada, maiores as chances de prevenir complicações graves.

Cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, controlar o estresse e seguir corretamente o tratamento são atitudes que fazem toda a diferença para manter a pressão sob controle.

Lembre-se: a hipertensão pode não apresentar sintomas, mas suas consequências podem ser fatais. A prevenção é sempre o melhor caminho.

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