O diabetes é uma condição crônica que vem crescendo de forma alarmante nas últimas décadas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 420 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com diabetes, e esse número tende a aumentar. No Brasil, estima-se que mais de 16 milhões de brasileiros tenham a doença, embora muitos sequer saibam disso. Mas afinal, o que é o diabetes? Quais são os tipos, sintomas, causas, e como é possível viver bem mesmo após o diagnóstico? Este post tem como objetivo esclarecer essas e outras dúvidas.
O que é diabetes?
Diabetes mellitus é uma condição caracterizada pelo aumento anormal da glicose (açúcar) no sangue. Isso acontece porque o organismo tem dificuldade de produzir ou utilizar a insulina, hormônio responsável por regular os níveis de glicose. Sem a ação adequada da insulina, o açúcar se acumula no sangue em vez de ser absorvido pelas células para gerar energia.
Existem diferentes tipos de diabetes, e entender essa classificação é fundamental para o tratamento correto.
Tipos de diabetes
1. Diabetes tipo 1
É uma doença autoimune, geralmente diagnosticada na infância ou adolescência. Nesse caso, o sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas que produzem insulina. As causas ainda não são totalmente compreendidas, mas há envolvimento genético e ambiental. O tratamento requer o uso diário de insulina e monitoramento frequente da glicemia.
2. Diabetes tipo 2
É o tipo mais comum, responsável por cerca de 90% dos casos. Geralmente aparece após os 40 anos, embora esteja cada vez mais presente em jovens devido ao sedentarismo e má alimentação. No tipo 2, o corpo até produz insulina, mas as células se tornam resistentes a ela. A doença pode ser controlada com mudanças no estilo de vida, medicamentos orais e, em alguns casos, insulina.
3. Diabetes gestacional
Ocorre durante a gravidez e, na maioria dos casos, desaparece após o parto. No entanto, tanto a mãe quanto o bebê ficam mais propensos a desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. O controle rigoroso da glicemia durante a gestação é essencial para evitar complicações.
4. Outros tipos
Há ainda formas mais raras de diabetes, como o MODY (diabetes monogênico), causado por mutações genéticas específicas, e o LADA (diabetes autoimune latente do adulto), que começa na idade adulta, mas tem características do tipo 1.
Sintomas mais comuns
Os sintomas podem variar dependendo do tipo de diabetes, mas os mais comuns são:
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Sede excessiva
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Urina frequente
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Fome em excesso
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Perda de peso inexplicável
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Cansaço constante
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Visão embaçada
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Feridas que demoram a cicatrizar
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Infecções frequentes (pele, gengiva, bexiga)
No caso do diabetes tipo 2, os sintomas podem ser leves ou até ausentes por anos, o que faz com que muitos só descubram a doença em exames de rotina ou quando já há complicações.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam a chance de desenvolver diabetes tipo 2:
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Histórico familiar da doença
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Sobrepeso e obesidade
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Sedentarismo
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Hipertensão
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Colesterol alto
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Síndrome dos ovários policísticos
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Alimentação rica em açúcares e gorduras
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Idade acima de 45 anos
Complicações do diabetes não controlado
O diabetes mal controlado pode levar a uma série de complicações graves:
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Retinopatia diabética (danos na retina, podendo causar cegueira)
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Nefropatia diabética (insuficiência renal)
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Neuropatia diabética (danos nos nervos, causando dor e perda de sensibilidade)
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Pé diabético (feridas que podem levar à amputação)
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Doenças cardiovasculares (infarto, AVC)
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Maior risco de infecções
Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como:
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Glicemia de jejum (acima de 126 mg/dL pode indicar diabetes)
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Hemoglobina glicada (reflete a média de glicose dos últimos três meses – valores acima de 6,5% são indicativos de diabetes)
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Teste oral de tolerância à glicose (usado especialmente na gravidez)
Tratamento e controle
Embora o diabetes não tenha cura, é possível viver bem com a doença. O tratamento depende do tipo de diabetes e pode incluir:
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Uso de insulina (tipo 1 e, às vezes, tipo 2)
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Medicamentos orais (tipo 2)
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Dieta balanceada (rica em fibras, pobre em açúcar e gordura)
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Atividade física regular
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Controle do estresse
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Monitoramento frequente da glicose
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Parar de fumar e reduzir o consumo de álcool
A educação em saúde é uma ferramenta poderosa: quanto mais o paciente entende sua condição, melhores serão suas escolhas no dia a dia.
A importância do acompanhamento médico
Ter acompanhamento regular com endocrinologista, nutricionista e outros profissionais é essencial para ajustar o tratamento, prevenir complicações e garantir qualidade de vida. Além disso, campanhas de conscientização e exames periódicos ajudam na detecção precoce, principalmente no caso do tipo 2, que pode ser silencioso por anos.
O diabetes é uma doença desafiadora, mas que pode ser controlada com informação, disciplina e apoio. A chave está na prevenção, no diagnóstico precoce e em mudanças reais no estilo de vida. Se você tem algum fator de risco ou apresenta sintomas, procure orientação médica. Cuidar da saúde hoje é investir em um amanhã com mais qualidade de vida.