Câncer de Tireoide: Sintomas, diagnóstico e tratamentos

O câncer de tireoide é uma condição que vem chamando cada vez mais a atenção na área da saúde. Apesar de não estar entre os tipos mais comuns de câncer em geral, sua incidência tem crescido nos últimos anos, em parte devido ao avanço dos exames de imagem e do diagnóstico precoce. Por ser uma doença silenciosa na maior parte dos casos, muitas pessoas só descobrem o problema durante consultas de rotina ou em exames solicitados para outras finalidades.

Neste artigo, vamos entender melhor o que é o câncer de tireoide, quais são seus sintomas, como é feito o diagnóstico, quais os tipos mais frequentes e os principais tratamentos disponíveis.


O que é a tireoide e sua importância no corpo

A tireoide é uma pequena glândula localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão. Em formato de borboleta, ela é responsável pela produção de hormônios essenciais para o metabolismo, como a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Esses hormônios regulam funções vitais, como os batimentos cardíacos, a temperatura corporal, o gasto energético e até o crescimento.

Quando a tireoide sofre alterações, diversos problemas de saúde podem surgir, desde disfunções leves, como o hipotireoidismo, até doenças mais graves, como o câncer.

O que é o câncer de tireoide?

O câncer de tireoide ocorre quando células dessa glândula passam a se multiplicar de forma anormal e descontrolada, formando tumores malignos. Ele pode se desenvolver de diferentes formas, variando em agressividade e tratamento. Em muitos casos, apresenta bom prognóstico, especialmente quando diagnosticado cedo.

Existem quatro tipos principais de câncer de tireoide:

  1. Carcinoma papilífero – É o mais comum, responsável por cerca de 80% dos casos. Costuma crescer lentamente e tem boas chances de cura.

  2. Carcinoma folicular – Representa cerca de 10 a 15% dos casos. Pode se espalhar para outros órgãos, mas também costuma responder bem ao tratamento.

  3. Carcinoma medular – Mais raro, surge a partir das células C da tireoide, que produzem calcitonina. Pode estar associado a síndromes genéticas.

  4. Carcinoma anaplásico – O tipo mais agressivo e de rápida evolução. Felizmente, é também o menos frequente.

Sintomas do câncer de tireoide

Um dos grandes desafios dessa doença é que, na fase inicial, ela pode não apresentar sintomas. Muitos pacientes só descobrem a condição durante exames de ultrassonografia de rotina ou quando investigam outros problemas no pescoço.

Os sinais mais comuns incluem:

  • Nódulo ou caroço perceptível na região da tireoide;

  • Rouquidão persistente sem causa aparente;

  • Dificuldade para engolir (disfagia);

  • Sensação de pressão no pescoço;

  • Inchaço de gânglios linfáticos na região cervical;

  • Dor no pescoço que pode irradiar para o ouvido.

É importante destacar que nem todo nódulo na tireoide é maligno. A maioria é benigna, mas todo achado deve ser investigado por um médico especialista.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de tireoide envolve diversas etapas. O médico geralmente começa com a avaliação clínica e o exame físico, palpando o pescoço em busca de alterações. Em seguida, exames de imagem, como a ultrassonografia da tireoide, são utilizados para identificar nódulos suspeitos.

Se houver necessidade, é realizada a punção aspirativa por agulha fina (PAAF), um procedimento simples e minimamente invasivo que coleta células do nódulo para análise em laboratório. Exames de sangue também podem ser solicitados, como dosagem de TSH, T3, T4 e calcitonina (nos casos suspeitos de carcinoma medular).

Em algumas situações, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética podem ser necessárias para avaliar a extensão da doença.

Tratamento

O tratamento depende do tipo de câncer, do estágio em que ele é diagnosticado e das condições gerais do paciente. Entre as opções mais comuns estão:

  • Cirurgia (tireoidectomia) – A remoção parcial ou total da tireoide é o tratamento mais frequente. Em alguns casos, também são retirados linfonodos próximos.

  • Terapia com iodo radioativo – Após a cirurgia, o paciente pode receber cápsulas de iodo radioativo para destruir possíveis células cancerígenas remanescentes.

  • Reposição hormonal – Como a tireoide pode ser removida, o paciente precisa tomar hormônio sintético (levotiroxina) por toda a vida para manter o metabolismo equilibrado.

  • Radioterapia e quimioterapia – Usadas em casos mais agressivos ou avançados, como no carcinoma anaplásico.

  • Terapias-alvo e imunoterapia – Opções mais modernas, utilizadas em casos específicos, geralmente quando o câncer não responde aos tratamentos convencionais.

Prognóstico e qualidade de vida

O câncer de tireoide, quando diagnosticado cedo, tem altas taxas de sucesso no tratamento, especialmente nos tipos papilífero e folicular. A taxa de sobrevivência em 10 anos para esses casos chega a ultrapassar 90%.

Entretanto, em situações mais avançadas ou em tipos mais agressivos, como o carcinoma anaplásico, o prognóstico pode ser mais reservado. Por isso, o acompanhamento médico regular é fundamental.

Após o tratamento, é comum que o paciente leve uma vida normal, desde que faça o uso correto da reposição hormonal e mantenha o acompanhamento com endocrinologista e oncologista.

Prevenção e acompanhamento

Não existe uma forma 100% eficaz de prevenir o câncer de tireoide, mas algumas medidas ajudam a reduzir riscos e a garantir o diagnóstico precoce:

  • Realizar check-ups médicos regularmente;

  • Investigar qualquer nódulo no pescoço;

  • Manter uma dieta equilibrada, com consumo adequado de iodo;

  • Evitar exposição desnecessária à radiação;

  • Observar histórico familiar, especialmente nos casos de carcinoma medular, que pode ter origem genética.

O câncer de tireoide é uma condição que assusta, mas também é um dos tipos de câncer com melhor prognóstico, principalmente quando identificado precocemente. Conhecer os sintomas, realizar exames de rotina e manter acompanhamento médico são passos essenciais para garantir a saúde da glândula e a qualidade de vida.

Com os avanços da medicina, as chances de cura têm aumentado, e pacientes que recebem o diagnóstico hoje encontram alternativas de tratamento cada vez mais eficazes. A informação continua sendo a melhor arma contra o medo e a incerteza, permitindo que cada pessoa cuide melhor de sua saúde.

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