Nos últimos anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro chamou atenção não apenas pelo cenário político, mas também por sua saúde. Entre os diagnósticos divulgados, um dos que gerou curiosidade foi a esofagite, uma condição que afeta o esôfago e pode trazer desconfortos significativos. Mas afinal, o que é essa doença, por que ela acontece e como é tratada?
Neste artigo, vamos detalhar de forma simples e completa o que é a esofagite, seus sintomas, causas, tratamentos e cuidados necessários, para que você compreenda melhor essa condição que não afeta apenas figuras públicas, mas também milhões de pessoas em todo o mundo.
O que é a esofagite?
A esofagite é uma inflamação que ocorre no esôfago, o tubo muscular que conecta a boca ao estômago. Essa inflamação pode ser causada por diferentes fatores, mas na maioria das vezes está associada ao refluxo gastroesofágico, quando o ácido do estômago retorna para o esôfago, irritando sua mucosa.
Apesar de parecer simples, quando não tratada corretamente, a esofagite pode evoluir para problemas mais graves, como úlceras, sangramentos e até estreitamento do esôfago, dificultando a deglutição de alimentos.
Tipos de esofagite
Existem diferentes tipos da doença, cada um com suas características e causas específicas:
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Esofagite de refluxo
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É a forma mais comum.
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Ocorre quando o conteúdo ácido do estômago sobe para o esôfago com frequência.
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Está muito ligada a má alimentação, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool.
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Esofagite infecciosa
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Mais rara, aparece em pessoas com o sistema imunológico comprometido.
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Pode ser causada por vírus, fungos ou bactérias.
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Esofagite eosinofílica
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Relacionada a reações alérgicas ou imunológicas.
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Ocorre quando há acúmulo anormal de células chamadas eosinófilos no esôfago.
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Esofagite induzida por medicamentos
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Alguns remédios podem causar irritação quando ficam presos no esôfago ou quando ingeridos sem água suficiente.
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Antibióticos, anti-inflamatórios e alguns suplementos são exemplos.
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Principais sintomas da esofagite
A esofagite pode se manifestar de diferentes formas, variando conforme a intensidade da inflamação. Entre os sintomas mais comuns, estão:
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Azia (sensação de queimação no peito e garganta).
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Dificuldade ou dor ao engolir (disfagia).
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Regurgitação de alimentos ou líquidos.
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Dor torácica, que pode ser confundida até com problemas cardíacos.
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Rouquidão e irritação na garganta.
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Tosse crônica sem causa aparente.
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Em casos mais graves, pode ocorrer sangramento no esôfago.
No caso de Bolsonaro, a esofagite foi associada a episódios de desconforto digestivo e refluxo, quadro comum em pessoas que passam por estresse, má alimentação ou que já enfrentaram outros problemas gastrointestinais.
Causas e fatores de risco
A esofagite pode ser resultado de diversos hábitos e condições de saúde. Alguns fatores de risco incluem:
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Refluxo gastroesofágico frequente (DRGE).
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Obesidade, que aumenta a pressão abdominal.
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Tabagismo e consumo de álcool.
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Dieta rica em alimentos gordurosos, frituras, café, chocolate e refrigerantes.
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Uso contínuo de alguns medicamentos.
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Condições de saúde como hérnia de hiato e doenças autoimunes.
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Estresse e ansiedade, que podem intensificar o refluxo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de esofagite geralmente é feito através de uma endoscopia digestiva alta, exame que permite visualizar diretamente o esôfago e identificar inflamações, úlceras ou outras alterações.
Além disso, podem ser solicitados exames como:
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Biópsia (quando há necessidade de investigar a causa da inflamação).
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pHmetria esofágica, que mede o nível de acidez.
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Manometria esofágica, para avaliar o funcionamento dos músculos do esôfago.
Tratamento da esofagite
O tratamento depende da causa, mas geralmente envolve uma combinação de medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, procedimentos médicos.
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Medicamentos mais usados:
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Inibidores da bomba de prótons (como omeprazol e pantoprazol).
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Antiácidos para aliviar sintomas imediatos.
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Antifúngicos, antivirais ou antibióticos (quando a causa é infecciosa).
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Mudanças de hábitos:
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Evitar refeições pesadas antes de dormir.
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Reduzir consumo de álcool, café, refrigerantes e alimentos gordurosos.
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Comer em pequenas porções ao longo do dia.
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Manter o peso adequado.
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Não se deitar logo após comer.
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Em casos graves:
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Procedimentos cirúrgicos podem ser necessários, especialmente quando há hérnia de hiato ou refluxo crônico resistente a medicamentos.
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Complicações possíveis
Quando não tratada adequadamente, a esofagite pode causar complicações sérias, como:
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Estenose esofágica: estreitamento do esôfago que dificulta a passagem dos alimentos.
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Úlceras esofágicas: feridas dolorosas que podem sangrar.
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Esôfago de Barrett: alteração nas células do esôfago que aumenta o risco de câncer.
Por isso, buscar acompanhamento médico é essencial para evitar a progressão da doença.
A esofagite é uma condição mais comum do que se imagina e pode atingir qualquer pessoa, inclusive figuras públicas como Jair Bolsonaro. Embora os sintomas sejam incômodos, a boa notícia é que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado costumam trazer alívio rápido e prevenir complicações.
Manter hábitos saudáveis, cuidar da alimentação e fazer acompanhamento médico são as principais formas de manter o esôfago saudável. Se você sente sintomas como azia frequente, dor ao engolir ou refluxo, não ignore: procurar um especialista é fundamental para evitar problemas maiores.