Café: O que o Consumo faz com o seu Organismo

O café é uma das bebidas mais consumidas do mundo. Para muitos, ele é o combustível das manhãs e uma companhia constante ao longo do dia. Mas você já se perguntou o que, de fato, o café faz com o seu organismo? E como os profissionais de enfermagem lidam com os efeitos dessa bebida em diferentes contextos de saúde?

Neste artigo, vamos explorar os impactos fisiológicos e comportamentais do consumo de café, além de refletir sobre o papel da enfermagem na educação e no cuidado relacionados ao uso da cafeína.


O que há no café?

O principal composto ativo do café é a cafeína, uma substância psicoestimulante natural encontrada também em chás, chocolates e refrigerantes. Uma xícara de café contém, em média, 80 a 100 mg de cafeína, embora esse valor possa variar dependendo do tipo, método de preparo e quantidade consumida.

Além da cafeína, o café possui antioxidantes, vitaminas (como B2 e B3), minerais (magnésio, potássio) e compostos fenólicos que também têm seus efeitos no organismo.

Efeitos da cafeína no organismo

A cafeína age principalmente no sistema nervoso central, bloqueando os receptores de adenosina, um neurotransmissor que promove a sensação de cansaço. Com isso, a pessoa se sente mais alerta, com maior capacidade de foco e energia temporária. Esse é o motivo pelo qual muitos recorrem ao café para “acordar”.

No entanto, os efeitos vão muito além:

1. Sistema cardiovascular

  • A ingestão de cafeína pode levar a um aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial, especialmente em pessoas mais sensíveis ou que consomem em excesso.

  • Em casos isolados, pode haver palpitações ou arritmias, particularmente em indivíduos predispostos.

2. Sistema digestivo

  • A cafeína estimula a produção de ácido gástrico, o que pode agravar quadros de gastrite e refluxo.

  • Também tem leve efeito laxativo, pois estimula o peristaltismo intestinal.

3. Sistema urinário

  • Por ter efeito diurético, o café pode aumentar a produção de urina, o que exige atenção para a hidratação.

4. Sono e humor

  • Embora aumente a vigília, o consumo em horários inadequados, como no final da tarde ou à noite, pode prejudicar o sono, causar insônia e dificultar o relaxamento.

  • Em excesso, pode provocar ansiedade, agitação, nervosismo e irritabilidade.

5. Sistema reprodutivo

  • Em gestantes, o excesso de cafeína está associado a riscos como baixo peso fetal e parto prematuro. Por isso, o consumo deve ser moderado.

Consumo seguro: qual é o limite?

De acordo com autoridades como a FDA (EUA) e a EFSA (Europa), o consumo seguro de cafeína para adultos saudáveis gira em torno de 400 mg por dia, o que equivale a aproximadamente 4 a 5 xícaras de café filtrado.

Para gestantes, o limite recomendado é de 200 mg/dia.

No entanto, esse valor pode variar com a sensibilidade individual, presença de comorbidades e interação com medicamentos.

O papel da enfermagem: orientações e cuidados

A enfermagem é essencial no monitoramento dos hábitos dos pacientes, incluindo o consumo de café e outras fontes de cafeína. É comum que em hospitais, ambulatórios e unidades básicas de saúde, os profissionais de enfermagem identifiquem padrões de consumo que possam estar interferindo no tratamento ou no bem-estar do paciente.

1. Avaliação durante a anamnese

Durante a coleta de dados, o enfermeiro pode questionar a quantidade de café consumida diariamente, bem como os horários. Isso é especialmente relevante em pacientes com queixas de insônia, ansiedade, arritmias ou gastrite.

2. Orientação educativa

Cabe à enfermagem orientar o paciente sobre os riscos do consumo excessivo. Muitas pessoas não percebem que o café pode estar por trás de seus sintomas físicos e emocionais. A orientação deve ser clara, personalizada e baseada em evidências.

3. Monitoramento em ambientes hospitalares

Em hospitais, é comum que o café seja oferecido durante as refeições. No entanto, para certos pacientes, como os que têm pressão alta descontrolada ou estão em uso de determinados medicamentos, a ingestão precisa ser controlada.

4. Educação em saúde coletiva

Em campanhas de saúde pública ou nas salas de espera das UBSs, os profissionais de enfermagem podem promover informações sobre os benefícios e riscos do café, desmistificando mitos e estimulando o consumo consciente.

Café tem benefícios? Sim, com moderação

Apesar dos possíveis efeitos adversos, o café também apresenta benefícios quando consumido com moderação:

  • Pode melhorar o desempenho cognitivo e físico;

  • Tem propriedades antioxidantes que combatem radicais livres;

  • Está associado à redução do risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson;

  • Estudos sugerem que o consumo regular está ligado a menor risco de diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer.

A chave está no equilíbrio. O café, como tantos outros alimentos e bebidas, pode ser um aliado ou um vilão, dependendo da forma como é consumido.

O café faz parte da rotina de milhões de pessoas, inclusive de muitos profissionais de enfermagem que recorrem a ele durante plantões longos e cansativos. No entanto, é fundamental compreender os efeitos da cafeína no organismo para fazer escolhas conscientes.

A enfermagem tem um papel importante na educação em saúde, ajudando pacientes a entenderem como seus hábitos influenciam sua qualidade de vida. O café não precisa ser eliminado da rotina, mas deve ser consumido com responsabilidade, levando em conta o contexto de saúde de cada pessoa.

O equilíbrio, como sempre, é o melhor caminho.

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